segunda-feira, 22 de março de 2010

Propósito

É de minha resolução
deixar aqui a impressão.

Substanciar
a imaginação
com a afinidade
do que possa elucidar:

A tacteabilidade
dos sentidos
amadurecidos:

Interpretar
a fantasia
de usar a poesia
para aliciar
e cumpliciar
a intenção
de imprimir
o que o coração
quer exprimir.

terça-feira, 16 de março de 2010

Fatalidade

É de cognição
que na vida
nada é garantido,
contudo ela é desprovida
do 6º sentido
que tão humanos nos faz.

É capaz
de tudo a quanto nos destina,
e assim clandestina
tem o direito ao sufrágio
íntegro de cada premonição.
O fundamento do acaso
na origem do caso,
coisas do Fado.

Deste modo é filosofado
o sobrenatural adágio
da nossa condição,
não vá ela se lembrar
de também ao poeta tirar
a sorte que há-de vir,
o presságio
do poema que irá servir
a fórmula
que a alma vincula.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Lembranças de ti, trigueira transmontana

Saber
que em ti o conhecimento
é horizonte
quando frente a fronte
o meu pensamento
consegue conter
o sentido
da verticalidade


Talvez tenha cometido
o crime
de ter
corrompido
a afabilidade
do sentimento
sublime
que é a tua amizade
e analiso
que o teu sorriso
é uma dádiva
afectiva
que perdi
e não mais vivi.

Bem sei
que a minha maior
culpa
é não ter desculpa
para a dor
que cultivei.

O teu lugar
continua por poetizar.

Multiculturalidade

A nível cultural a criança entende mais depressa o que nos separa do que nos aproxima. Visiona o que nos difere criando já barreiras em vez de unir e aprender. Mesmo que cada acto nosso seja premeditado ou não contra o próximo, as crianças são o reflexo da nossa atitude, estão limitadas a absorver e copiar os nossos costumes. Quantas vezes somos imparciais ao condicionar os valores sociais das outras cores ou credos, e nas valias de juízos menos ponderados classificamos o que nos envolve como uma parte discrepante da humanidade.

Iletrados de uma noção equitativa, somos pior do que ingénuos miúdos a entreter-se com a injustiça. Quem somos para calcular o valor da vida e atribuir preços as raízes e hábitos alheios? Aprendemos a importância do ser socialmente urbanos quando somos empurrados por modas, em vez de optarmos ser precursores do exercício cívico e salvaguardar a importância de abrir as fronteiras do nosso coração, a primeira barreira multicultural que nos ata é não sabermos desabrochar os braços e acolher o próximo, e nesta ocupação cosmopolita e gradual da nossa conduta devemos não esperar para que alguém dê o exemplo mas sim ser o modelo.

Ser multicultural implica deixar cepticismos de parte e saber que nos dias que correm uma sociedade coesa abarca inúmeros géneros nativos, e neste barco colectivo todos fazemos parte de um denominador comum: a humanidade. Para que remar contra a maré e deixar passar o melhor que temos para dadivar e alcançar, o legado remoto de gerações que cada vez mais se aproximam, a fraternidade e partilha dos valores que de forma gradativa têm que salvaguardar o sustento das nossas origens que se perde na linhagem.

terça-feira, 9 de março de 2010

SEDE de Cobiçar-te

Dos meus sonhos a avidez
de provar o lume
da tua nudez

queimar
os meus labios no calor
num infantil ciúme
ao invejar
a fonte do Amor.

poesia atrevida
no suor
que o verso
faz para Beber
de ti mulher
o prazer
da vida.